quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Colhendo folhas secas e novos frutos


Foto de Zé Martinusso


Maria J Fortuna

Hoje quando acordei de uma das horas em que consegui dormir, vieram-me palavras que brigavam entre si. Meio zonza de uma noite mal dormida, finalmente uma frase se formou e eu repetia, mentalmente, sem saber por que: colhendo folhas secas e novos frutos. Aí me dei conta de que estamos na virada do ano!
O que seriam as folhas secas e por que colhê-las? Ai me veio à resposta lá do coração: não podemos virar mais um ano sem aceitar e reconhecer que as folhas secas, outrora viçosas, sejam referencia de um passado que devemos aceitar e refletir em suas dores e amores. Colher e acolher para refletir e seguir. Só assim novos frutos serão desejados e saboreados.
Nem é preciso repetir aqui tudo o quanto passamos em nosso macro universo, nem é possível saber o que aconteceu no micro de cada um. Sabemos apenas o que ficou impresso em nossa alma. Sempre estranhei a retirada de folhas secas no quintal da minha casa. Achava que elas enfeitavam e adubavam, por que retirá-las, mesmo no outono? Guimarães Rosa escreve em Grandes Sertões e Veredas sobre a morte como adubo da esperança, o esterco da vida! São as folhas mortas que ajudam a brotar novas sementes de onde nascerão árvores onde brotarão novos frutos!
Que as folhas mortas, ilusões perdidas, sonhos não realizados, perdas e ganhos dos anos passados, sirvam de adubo para novas escolhas, transformações, crescimentos e floradas em nossos caminhos e que dêem muitos e muitos frutos!






quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

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Que neste Natal, todos nós nos tornemos pequeninosQue a simplicidade tome conta de nossos corações para que nos tornemos livres para amar. O amor renasce em cada criança como Jesus em Belém. Uma vez acreditando neste renascimento constante, podemos viver em um mundo melhor, com mais cuidado com o planeta e justiça social. E é isto que desejo paras os amigos de todos os credos e para os que não tem credo nenhum.Um ano novo Feliz e cheio de Graça!Maria J Fortuna

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O amigo oculto






Maria J Fortuna

Andei por aí participando dos festejos de Natal e fim de ano em diversos grupos. No último deles, havia o que a gente pode chamar de nata de intelectuais. Ou em francês” crème de la crème” das ciências e letras. No meio daquela gente, havia vários exotéricos que se diziam esotéricos, com “s “, e no pequeno discurso, antes da abertura de cada um dos presentes, foram evocados os mestres mais modernos, ou seja, Krishnamurti, Rudolf Steiner, Yves Leloup, Pierre Weil e até Trigueirinho, que anda fazendo sucesso nesse meio. A mim coube a responsabilidade de entregar o presente ao mestre fundador do estabelecimento. Então me postei num canto, pensando no que eu diria para aquela douta platéia. E de repente fiquei com muita vergonha de Jesus. Afinal o aniversário é Dele, e se somos cristãos, seu nascimento seria importante para todos por causa de Sua Doutrina de amor e transformação. Por que ele não estava sendo citado? Mesmo para os que pertencem à outra tradição, agnósticos e ateus, que não O reconhecem como o Verbo que se tornou homem e habitou entre nós.
Senti como se tivesse dado uma festa em homenagem a minha mãe e ela, ao chegar à celebração, concluísse que tudo ali não passou de um pretexto para encontro com amigos em seu nome. E ninguém lhe desse atenção. Daí me veio a triste percepção de que, para muitos, Jesus está ultrapassado no terreno espiritual, como Freud na psicologia. Deu sua contribuição e pronto! Aparecem outros que dizem que, dentro da hierarquia dos Mestres, Cristo é apenas um degrau... Tem muito mais coisa por aí... Ando recebendo e-mails com charges indecorosas com a figura de Cristo. Penso: e se fosse Maomé? Vocês viram o que aconteceu com aquele chargista que foi mexer com a imagem do Mestre islamita?
Bem, por aí vai... Será que vou me acostumar com a idéia de que, nos festejos, Ele foi substituído pelo símbolo do consumo, Papai Noel? E que o Natal Dele, tornou-se apenas uma data de confraternização? Como separar uma coisa da outra quando se é cristão na alma, no coração?
- Procura sua turma! Falei para mim mesma. Aqui não rola Jesus de Nazareth...
Bem, eu disse àquela pessoa, tão especial e amada de todos, meu amigo oculto, que o mais oculto dos amigos devia estar por ali, festejando Seu Natal. Duas pessoas aplaudiram...


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Intolerância e desrespeito






Maria J Fortuna

É complicado lidar com nosso impulso, agressivo e provocante, de querer submeter ao outro nosso fundamentalismo interior. Tenho certeza de que toda resposta agressiva, desproporcional à realidade do fato, é fruto disto. Assim começam as guerras pessoais e se dilaceram os relacionamentos. É a sede do poder ter mais razão do que o outro e querer que seu desafeto seja também desafeto do outro. Onde está a percepção de tal absurdo, gente?
Quando teremos um pouco de sabedoria para um diálogo tranquilo? Partir pra cima do oponente com toda efervescência, como se os hormônios do corpo de repente pululassem, o sangue circulasse com enorme rapidez, e os pulmões se dilatassem não faz de ninguém um ser humano respeitável. A verbal fica abusada, grosseira, aguda como lança, querendo convencer o outro da superioridade de seus argumentos. Confesso que já fui assim na minha adolescência e um pouco como jovem adulta. Mas não tenho saudade alguma daquele tipo de indignação, dessa intolerância! Fiz pessoas que, poderiam ser hoje amigas, nunca mais querer olhar para minha cara. Salvo que talvez tenham se transformado de alguma forma, como aconteceu a mim. Quero acreditar de todo coração nisto. Mas nem todos crescem com a idade. A mim, soa ridículo, o vomitar de impropriedades desrespeitosas, no gritar e gesticular, ou escrever palavras venenosas, trazendo argumentos verídicos ou suspeitos, no caso de pessoas adultas. Quanto a mim, houve alguns retornos em que, eu e o amigo, conseguimos colar o fio partido da amizade, que ficou solto ao sopro do tempo. Houve renovação. Chegamos até a rir da linguagem predatória que usávamos uns contra os outros. Mas infelizmente para com alguns, não consegui remendar os trapos que restaram da antiga relação. Infelizmente, isto é fruto de alguma discussão provocativa e acalorada, quando no fundo a luta maior e não percebida, era contra a excessiva autoridade interna dos nossos egos feridos.
Ai do mundo se não houvesse indignação contra a injustiça social que assola nosso planeta! Graças a Deus, todos os dias sou possuída por este sentimento, mas a lucidez que adquiri com os anos, não tolera mais provocação e desrespeito. Tanto é que, em caso de discussão política, não dou nenhum crédito a candidato cuja campanha eleitoral se faz depreciando o adversário. Ave Gabeira!


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O fedor da ditadura



Maria J Fortuna

Sinto um fedor insuportável da velha ditadura no ar... O sopro fétido vem de Brasília, quando a polícia baixou cassetete nos estudantes que protestavam contra o lamaceiro da corrupção, a partir do “cara de pau” Arruda. Fedor muito pior do que os das enchentes que assolam nossas cidades. E não parou por aí! Continuou se espalhando na toga dos juízes que censuraram o jornal Estado de S. Paulo, para proteger o já desgastado militante na falta de escrúpulo, Sr. José Sarney. Isto me lembra, não só o prefeito de Sucupira, como meu tênis esbodegado no canto do quarto, quando eu corria dos cachorros, cassetetes e cavalos nos comícios dos anos 60 e 70. Nunca pensei que houvesse tal coisa, depois da queda do sistema de horror que engoliu nosso país por vinte anos!
Não há duvida de que o mau cheiro veio destes dois tristes episódios. O brado de tortura e censura nunca mais se faz bem alto a meus ouvidos, e eu já nem sei se é eco retardado ou pesadelo remanescente. Mas com certeza cheira à ditadura . Credo em cruz! Como se fala lá em Minas.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Leitura recomendada







"A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack , o personagem principal, surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele.

Dica de peça teatral


Viver em tempos mortos


Meu coração acelera e depois descansa quando contempla Simone de Beauvoir na figura de Fernanda Montenegro. Precisa dizer mais?
Onde quer quer você esteja aqui no Brasil, não deixe de assistir esta peça.
Pelo que fiquei sabendo, vai acontecer nos palcos dos diversos Estados.

Mulher de 50 ou mais...



Para ampliar clique na figura

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

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Arrogância


Maria J Fortuna

Concordo, plenamente, que a arrogância se deve ao pecado original. A partir daí, o caos se estabeleceu e o espírito do belo anjo Lúcifer passou a perturbar os que vivem na Terra. A unidade com o Criador foi rompida e continua a fazer vítimas na figura dos ditadores do mundo! A linha da vida, que leva à infinitude, se partiu em vários pedaços e ficou cheia de pequenos nós, acrescidos de cerol - aquele grude de tapioca, com vidro esmagado, feito para cortar a linha dos papagaios. Assim acontecem, aqui e ali, as tentativas de corte aos vôos das utopias, ideais e sonhos dos que tem nostalgia da unidade perdida.
Na convivência do dia a dia, quando o ser humano se torna arrogante, empina o nariz e, numa postura de peito de pombo nem sempre visível, acha que pode gritar em alto e bom tom, o que lhe vem à cabeça, às pessoas mais tímidas e retraídas. Não interessa o que tem a dizer essas pessoas.
Pisar no pé de um arrogante é coisa muito séria porque, apesar de sua resposta ser sempre previsível, o interlocutor nem sempre está preparado para segurar o bafo azedo de agressividade que o atinge como terremoto e não dá espaço para explicações. Afinal ele tem sempre razão.
A marca registrada dos grandes Mestres tem sido a serenidade. São tolerantes diante da ignorância humana. Sabem que não sabem e não tem o mínimo interesse de coibir quem quer que seja.
Perdi um grande amigo que se dizia meu irmão, por causa do seu estado de arrogância, na ocasião em que nos vimos envolvidos num conflito. Por duas vezes ele, de forma prepotente, disparou contra mim palavras pesadas, mal cheirosas, destemperadas , que eu não consegui revidar. Apesar de amá-lo muito, não tentei uma reconciliação, porque passei a não suportar seus ataques de demiurguice. Esta é uma forma de mostrar aos outros que são poderosos, escondendo dentro de si temor e insegurança. Apesar de que o arrogante sabe perfeitamente onde ele pode exercer o seu “poder” e, assim, ficar cada vez mais sozinho....

Quem sou eu

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Sou alguem preocupado em crescer.

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